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terça-feira, 30 de junho de 2009

Novo Tempo, Nada de Novo

Novo Tempo, Nada de Novo
Site:www.mundodosfiolosofos.com.br

Novo Ano! Novo Século! Novo Milênio! O que podemos esperar desse novo tempo que se inicia? Saúde, educação, emprego, moradia? Bem, essas palavras simplesmente traduzem as necessidades básicas de qualquer cidadão no mundo. Não seria diferente para o povo brasileiro. O básico deixa de ser básico para ser artigo de luxo de alguns poucos brasileiros.

Pensam, alguns, que o povo brasileiro gosta de ser enganado, ludibriado. Podemos citar, como exemplo, a fantasiosa comemoração dos 500 anos de descobrimento do Brasil, onde foi dada a largada para mais uma maratona de corrupção. Os mais "bem-intencionados" utilizaram o tema para dar asas a imaginação. Realmente, foi uma estratégia de marketing. O assunto serviu de tema, por exemplo, para escolas de samba de várias regiões do país. Panfletos, outdoors e souvenires diversos foram utilizados para que se fizesse notar os 500 anos. Será que o medo de que ninguém lembrasse da data era tão grande assim? Ou será que toda essa folclórica e exuberante manifestação ufanista que o governo impingiu ao povo brasileiro não teria a finalidade de desviar o foco da discussão sobre a nossa desigualdade social, mazelas e atitudes de governantes que mancham nossa bandeira com a tinta da corrupção?

A realidade é bem diferente. Lamentavelmente, o dia-a-dia do povo brasileiro não é feito de fantasias coloridas e plumas de pavão. Temos a falta de saneamento básico e a degradação ecológica. Peixes morrendo, dengue, cólera, esquistossomose, tuberculose e epidemias diversas. E onde está o dinheiro do CPMF? É cediço que este dinheiro seria destinado à saúde. E por que tanta gente morrendo por falta de atendimento médico e hospitalar?
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Junto ao descaso com a saúde da população, um reflexo da insensatez dos governantes é a resistência em aumentar o salário mínimo. Nos últimos 30 anos, as pesquisas sobre os índices de criminalidade no País apontam o crescimento desordenado das regiões periféricas, a proliferação das favelas, a ausência da polícia, o desemprego, o caos da Saúde que se vê nos hospitais sucateados, escolas deterioradas, falta de lazer e educação, como detonadores da violência urbana.

A ineficiência, tanto do sistema penitenciário, quanto policial, é apenas reflexo de uma causa maior, o desequilíbrio social provocado pela má distribuição de renda. Há ainda a banalização da violência, o desrespeito, a falta de ética e seriedade com que os temas sociais são tratados por determinados veículos de comunicação, fazendo com que a violência pareça um sintoma normal.
Neste Brasil de "meu Deus", não fosse a resistência da nossa gente, nossas belezas naturais e a fertilidade do nosso solo, não teríamos quase nada a comemorar, quanto mais os 500 anos de Brasil. 500 anos de quê?

Em novos tempos, novos dias, podemos lembrar o trecho de uma canção que, a algum tempo atrás, dizia mais ou menos assim: "No novo tempo, apesar dos castigos. Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos... No novo tempo, apesar dos perigos. Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta. Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver". 1 Portanto, meus caros leitores, estamos vivendo e sobrevivendo os novos velhos tempos, pois, apesar de decorrido algum tempo desse tempo, os tempos não mudaram em nada, absolutamente nada.

Continuemos, pois, a clamar por nossos direitos! Não seremos coniventes com a falsidade ideológica dos supostos ideais que nossos governantes dizem ser para o bem do povo brasileiro. Continuemos, pois, a reivindicar o que, por direito, é nosso! O povo não precisa de promessas! O povo precisa de respeito, amparo e orientação, para que tome consciência de todos os seus direitos e deveres, como cidadãos brasileiros que são.

"Bebida é água.Comida é pasto.Você tem sede de quê?Você tem fome de quê?A gente não quer só comida.A gente quer comida, diversão e arteA gente não quer só comida.A gente quer saída para qualquer parte.A gente não quer só comidaA gente quer bebida, diversão, balé.A gente não quer só comidaA gente quer a vida como a vida quer". 2

1 Trecho da música Novo Tempo, de autoria de Ivan Lins e Victor Martins.
2 Trecho da música Comida, dos Titãs.
© Texto produzido por Rosana Madjarof

2 comentários:

  1. Olá,
    Adorei o blog e com certeza ele vai ser um sucesso... Aproveitando esse novo meio de comunicação entre os acadêmicos, deixo aqui um convite do Centro Acadêmico de Pedagogia Paulo freire, para todos os discentes e docentes do curso de pedagogia, participarem do 6° LAMOCAOS (o maior festival de Rock do Sertão) que acontecerá no dia 31/ 07/ 09 as 21 horas no Club do Povão em Cidade Alta, Limoeiro do Norte. Esse evento será em prol do II Encontro Internacional de Estudantes de Pedagogia (que acontecerá em Campina Grande – Paraíba). PARTICIPE, A CAUSA É NOBRE!!!RSRSRSRS

    Atenciosamente,
    Nara Gomes.

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  2. Leiam essas frases de Paulo Freire:

    “A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa”.

    " Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura, que marcha, que não tem medo do risco, por isso que recusa o imobilismo.A escola em que se pensa, em que se cria, em que se fala, em que se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim a vida"
    " É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal maneira que num dado momento a tua fala seja a tua prática."

    É preciso ousar, aprender a ousar , para dizer NÃO a burocratização da mente a que nos expomos diariamente" ."É preciso ousar para jamais dicotomizar o cognitivo do emocional.Nao deixe que o medo do difícil paralise você".
    "Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção"

    "Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino"."A educação necessita tanto de formação técnica e científica como de sonhos e utopias".

    Abraços,

    Profa. Mazzé Santos.

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